Saudade é uma palavra da língua portuguesa que define um sentimento, não com a exatidão e precisão das palavras alemãs, mas com toda a complexidade, controvérsia e abstração que as emoções humanas possuem.
É a doce delícia dos apaixonados, que anseiam o reencontro...
É o luto amargo dos que se foram e não podem mais voltar...
É a lágrima salgada na lembrança da dor e das mágoas...
É o sorriso que desabrocha ao reviver a memória...
É o gosto travoso e seco na garganta dos que brigaram, mas não se esquecem...
É traduzir com o coração o que as palavras não conseguem mais dizer...
E é nessa disputa binária que a trissílaba se explica – a vontade em querer desfrutar a companhia de alguém de novo e a angústia da dúvida e incertezas...
O desejo de viver situações passadas...
De tornar físicos e presentes os momentos que outrora te roubavam o brilho no olhar e o coração acelerado e suspirante...
Não é o mesmo que sentir falta, pois “falta” implica ausência e a pessoa ainda está em você, mesmo que não seja em carne e osso... Mesmo que não seja agora... Mesmo que ela não possa mais voltar...
Saudade é, enfim, um tormento masoquista...
Um oásis em meio a um dia frustrante...
É algo que tem início e pode ter fim...
Nem que se vá com o último pulso...
Ou com o impulso alegre do retorno...
(Daliana Medeiros Cavalcanti – 15/02/2018)
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