Planta Inacabada

quarta-feira, 26 de setembro de 2018


Novamente partida ao meio
Há uma dúvida que quero que desapareça
Dúvida esta que invadiu meu seio
E que surgiu, atormentando minha cabeça

Não sei o que faço
Nem que caminho devo seguir:
Se jogo tudo para o espaço
Ou se sigo em frente sem cair

Tenho duas paixões
E não sei qual devo escolher
Pois uma não quero perder
E fortes são nossas ligações

A paixão entre os números e os computadores
Ou a paixão entre a música e a arte
Meu coração sangra, se parte
Num grande show de horrores

Namoro o humano e o exato
Querendo ter, com eles, mais intimidade
E o pior e o mais chato
É que estou no último ano de faculdade...

Pretendo manter esse amor a três
Uma traição a que me permito
Pois há na lógica, um lado bonito
E há na beleza uma lógica, por sua vez.


(Daliana Medeiros Cavalcanti – 17/03/2004)

Crucifixus

sexta-feira, 7 de setembro de 2018


Culpas colossais
Invadem minh'alma
E roubam-me a calma
Que já não sinto mais...

Remorsos soturnos
Na vida interferem
E em meu seio desferem
Pesares noturnos...

Dor abissal
Tão forte e presente
Que marca minha lente
Com água e sal...

A vista embaça...
O olho mareja...
E não tem o que tanto deseja...
Pois a fé que tanto despeja
Está cada vez mais escassa...
Passado que não passa...

Confissões sufocadas
Querem ganhar som:
Ritmo, intensidade e tom
De palavras faladas...

Palavras emudecidas
Que almejam liberdade,
Perdão e saudade...
Jamais esquecidas...

E assim, carrego a cruz
Com todo o peso do antigo
Buscando, em um ombro amigo
Alcançar a mais plena luz...


(Daliana Medeiros Cavalcanti - 07/09/2018)