Review de "Deuses do Egito"

sábado, 11 de junho de 2016


Nota de 1,0 a 5,0 = 2,0

Gênero = Aventura / Ação

Geeeeeeeeeente... Que filme ruinzinho...!

Já me disseram que era ruim, mas não sabia que era tanto! Tipo... Eu já não assisti com tanta expectativa quanto tive quando vi o trailer (e tudo no trailer parece bom e interessante, né?), justamente pq me falaram que era ruim, mas eu me segurei para conseguir ver o filme até o final.

Muita gente pode comentar: "Mas Dali, vc achou tão terrível assim? Eu até que gostei..."

Com certeza, não é o pior filme que eu já vi na minha vida (e olha que eu já vi muito filme ruim), mas eu, pessoalmente, gosto MUITO de filmes e séries que tenham algo relativo à História, então, como não vi muitos filmes, ultimamente, sobre o antigo Egito, estava na espectativa que fosse algo bom, mas não foi e vou contar o porquê de eu ter pensado assim.

De uns tempos para cá, a tecnologia tem aumentado e melhorado cada vez mais (óbvio) e, com isso, muita coisa tem mudado, inclusive, a maneira de se fazer filmes. É muito mais barato pagar uma equipe de computação que pode criar cenários inteiros, multidões de milhões de pessoas, efeitos especiais incríveis, etc. É mais barato do que comprar todo um material para compôr um cenário e como a galera de efeitos especiais também têm melhorado bastante, cria-se um mundo mágico, belo e perfeito... Onde podemos encher os olhos e sonhar... Se você gosta de coisas assim, então assista, pois é a melhor coisa do filme, aliás, é um dos poucos pontos positivos que ele tem.

É claro que, assim como muita gente, eu adoro um mundo de fantasia, lindo e maravilhoso, como se tivesse saído de meus sonhos mais belos, mas isso não é o essencial em um filme e acho que a galera de Hollywood tá se esquecendo disso...

O mais importante é ter uma boa história pra contar... Um bom roteiro... É a partir daí que a equipe de produção, atores, etc transformam o "papel" em realidade, mas se a história e o roteiro tão ruins, não importa quão belo seja o efeito, vai ser uma merda. Com os efeitos, é como se vc enfeitasse a merda com um lacinho cor de rosa e umas pedrinhas de strass. Continua sendo uma merda.

A história é bem clichê. Eu não tenho problemas com clichês, mas há os clichês que funcionam e os que não e, nesse caso, os clichês não colaram. Sintetizando tudo, o deus Set matou o Osíris, pai de Hórus e roubou os olhos dele e se auto-proclamou rei do Egito e aí, Hórus acabou preso e estava enfraquecido sem os olhos e nisso, um ladrãozinho e sua namorada são escravizados e a namorada, que é devota de Hórus deu a ideia ao namorado de ir roubar o olho dele e devolver ao dono para que ele devolva a paz ao Egito. O Bek (o nome do namoradinho dela) consegue, os senhores dela descobrem (e eles são aliados de Set), perseguem os dois e durante a fuga, a menina morre com uma flechada. Bek procura Hórus, devolve o olho que ele conseguiu pegar (ele só pegou um dos olhos) e faz um acordo com o Deus de ressuscitar a amada em troca de ajudá-lo a retomar o trono dele no Egito.

Estou tendo problemas com alguns filmes que estão exibindo hoje em dia... Um deles é essa demasiada atenção à aparência... Ficam os cenários, os figurinos... Tudo lindo e maravilhoso, de encantar a quem assiste, mas pecam no conteúdo... De certa forma, isso ilustra o modo de pensar de muitas pessoas hoje em dia: mais preocupadas com a aparência do que com o conteúdo...

Outro problema que estou tendo é que algumas história até poderiam ser boas e tiveram boas intenções, mas existe a questão do tempo... "Tempo é dinheiro" e algumas vezes, eles passam informações demais num curto espaço de tempo e não dá para sentir e se aprofundar melhor na história... Não é apenas o tempo, mas a maneira como a história é contada também influencia bastante. Um grande exemplo disso é que tentam mostrar histórias de amor ou cenas que deveriam ser emocionantes, e o jeito que contam a história não toca tanto pela pressa que têm em contar o fato... Pela maneira que gravam... Pela ênfase errada (por exemplo: se eu quero que a história toque a pessoa pq a amada do herói morreu, eu tenho que enfatizar no quanto a mulher dele era incrível e muito legal. Tenho que enfatizar o quanto o cara era feliz com ela para depois matá-la. AÍ é que a plateia se desmancha em lágrimas, mas não se concentram nisso. Só se concentram em mostrar uma mulher bela, que o cara gostava, ele perdeu, tá sofrendo e pronto. Essa ênfase nos fatos e não nos personagens, mesmo que não sejam os principais, tira o peso dramático da cena. É como se contassem a história de uma festa muito legal que você foi e vc se divertiu horrores como se fosse uma matéria de jornal seca, precisa e que aponta os fatos e não as suas sensações na festa)...

Querem um exemplo de uma cena emocionante, tocante e rápida, mas que tudo é fluido (tem início, meio e fim... Tem um porquê... Tudo tá muito bem conectadinho e deram ênfase à personagem, etc)? A breve música que conta a história de vida do casal de "Up, Altas Aventuras". Para mim, aquilo é um exemplo PERFEITO de como se contar uma história, dar um carga dramática legal e ainda ter uma trilha sonora belíssima. A trilha dos "Deuses do Egito" tava ok, mas nossa... O filme Up começa com a Ellie conhecendo o menininho tímido com um balão e mostra o quanto ela era esperta, destemida e muito divertida. E em poucos minutos de música e cenas lindas, a história do casal é contada (e muuuito bem contada) e isso leva as pessoas às lágrimas...

Muitos também podem dizer "o que é que tem a ver vc comparar uma animação da Disney com um filme de ação? Tem nada a ver!" Ok. Os gêneros de filmes são beeeem diferentes, mas mesmo num filme de ação, se o propósito é mostrar o quanto o Bek amava a menina (e o quanto Hórus amava Hator), então conta essa história direito, caramba! Não precisa centrar nisso e passar tanto tempo falando disso. Assim como Up, basta poucos minutos de histórias bem contadas e cenas bem concatenadas e pronto! Depois, era focar nas cenas de ação (que é o objetivo do filme, né?) e pronto.

Enfim, gente... Hollywood e nós mesmos precisamos levar isso pra nossas vidas: aparência sempre é algo legal e é importante sim, mas a essência é MUITO MAIS e devemos dar mais importância a ela.

Valeu!

1 comentários:

Tips en finanzas disse...

Ponto de vista interessante! O filme é incontestavelmente ruim. O roteiro não inova em nada, está cheio de clichês, utiliza muitas soluções extremamente convenientes e é demasiado expositivo em alguns momentos. Os efeitos especiais são extremamente mal feitos, mesmo uma pessoa leiga verá que eles não são convincentes. As atuações também estão bem fracas, nem mesmo o Gerard Butler (ator do óptimo Tempestade: Planeta em Fúria) se salva. Mas, apesar disso tudo, eu não consigo dizer que não gostei do filme. É tudo tão absurdo que eu não conseguia parar de rir. E como não rir?! As cores em geral são extremamente exageradas e brilhantes, mas com destaque especial para o dourado, que compõe quase que a totalidade do cenário (inclusive o sangue dos deuses). Algumas cenas de luta combinam slowmotion e 360° em volta dos combatentes. E o diretor, Alex Proyas (Cidade Das Sombras), não teve medo de representar os elementos da mitologia egípcia de forma fantástica, ele definitivamente não se preocupa que esse universo pareça crível.

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