Alma fechada

sábado, 10 de março de 2018


Em teu nome,
O mar e a estrela.
Em tua mente,
Só raiva e rancor...
Onde deliberadamente
Sou a causa de tua dor

Em teu olhar,
A ilusão e a mentira
E ao atuar
Guiada pela ira
Me dá fome
De querer esquecê-la...

Em teus lábios
O veneno escorre...
Morrem os sábios!
O senso morre!
E me humilhas
Com a culpa que compartilhas
Nos textos que discorres...

As tuas palavras
Sementes da discórdia
Que semeias e lavras
Sem misericórdia
Mostram o lado
Que não havia notado
Em teu ser disforme

E por isso, te indago
Qual a alegria em trazer a dor?
O erro fiz
O fardo trago
Pois queria com o labor
Te fazer feliz...

A admiração que por ti sentia
Foi-se embora com a amizade,
Perdida na nostalgia
Do que não sei se foi verdade...

Ferir-te não foi minha intenção
Nem trair tua confiança
Mas fechei meu coração
Ao resquício de esperança
De reaproximação

Que a distância seja constante
Que o silêncio se perpetue
Que o passado seja um instante
Que o vácuo continue

Fica a experiência
E uma cicatriz imensa
De tamanho abissal...
De um erro que não fiz por mal...
Que fiz na inocência
E deixou a relação tensa,
Mas que no tempo atual
Onde empatia há ausência
Que impere a indiferença.


(Daliana Medeiros Cavalcanti - em algum dia de fevereiro de 2013, completada e intitulada em 11/03/2018)

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