As Barbas Azuis

quarta-feira, 22 de agosto de 2018


Ele se move sorrateiro
Nas sombras de minha mente...
Meu voraz carcereiro
Do subconsciente...

Que engana e ilude
Minha cabeça de menina
Com promessas de virtude
Na aurora da campina,
Mas na menor inquietude,
Ao dobrar a esquina,
Ele muda de atitude...
À noite, na surdina...

De forma bruta e impiedosa
E sem que se desculpe
Me sinto horrorosa
E em meu peito se esculpe
A besta torturosa
Que me invade e me culpa...
Desfolhando minha rosa...

Noite e dia, dia e noite
É travado outro duelo
E há dias de amoite,
Quando a criança revelo
E há dias de afoite
Quando a guerreira ergue seu martelo

E nesse embate duro
Causado pela inocência
Luto para sair do escuro
Conectando com minha essência
Abrindo portas, derrubando muro
Para o despertar da consciência"


(Daliana Medeiros Cavalcanti - 20/08/2018)

0 comentários:

Postar um comentário