Não, queridas. Eles não nos amam...

quarta-feira, 10 de março de 2021


8 de março já passou, eu sei, mas venho refletindo sobre a importância não apenas do dia, mas do que ele representa para nós mulheres e é um dia de luta. MUITA LUTA que está longe de acabar e percebo isso pelas várias experiências machistas que passamos em nosso dia-a-dia.

As mulheres têm se reinventado e repensado suas relações amorosas, de trabalho e de estudo, mas boa parte dos homens ainda não... Poucos são os que começaram a repensar em seus papeis nas atividades domésticas (sempre vistas como "atividades femininas"), em suas relações amorosas, de trabalho, etc e é INCRÍVEL testemunhar comportamentos de reatividade desnecessária que não deveriam mais fazer parte do século XXI.

Não há nada que fragilize ou revolte mais um homem do que uma mulher com uma opinião contrária e isso acontece pq nós ainda somos vistas como objetos ou "seres inferiores".




Ainda é muito comum vermos homens que não respeitam nossa opinião quando não os desejamos sexualmente. Claro que toda rejeição dói, mas quanto muitas de nós mulheres somos rejeitadas, nos questionamos "será que ele não me quis por causa do meu corpo? Será que ele não me quis por que tal dia, eu fiz tal coisa? Será que ele me acha burra ou feia?" e aí, entra a questão da mulher se empoderar, porque essa internalização é importante, mas, muitas vezes, uma pessoa não quer outra, simplesmente, porque não quer e está tudo bem.

O homem não. Eles não sabem lidar com as próprias emoções e a opinião contrária (a mulher não retribuir os sentimentos ou desejos) causa neles uma revolta em que eles começam a agredir, nem que seja com palavras, e jogam tudo na mulher: "ela não me quer porque é louca ou, provavelmente, é lésbica" e essa internalização TÃO NECESSÁRIA para que eles compreendam a questão e lidem com suas emoções não é feita. "Como pode esse objeto... Esse 'ser inferior' não me querer? Quem ela pensa que é?" E essa mulher, às vezes, não o quer porque não o quer mesmo e está tudo bem. Eles não são pessoas melhores, nem piores por causa disso.

Fonte: Mídia Ninja


Uma mulher com opinião contrária revolta tanto um homem que a forma como muitos reagem a isso é: calando, invalidando ("ela é louca", cancelando e/ou difamando) ou agredindo. Essa é a masculinidade tóxica que é tão importante combater. Os homens heterossexuais são extremamente homoafetivos: só nos veem como objetos desejantes e não como indivíduos que podem, inclusive, pensar diferente deles.

Não foram poucas as vezes que fui expressar minhas opiniões políticas nas redes sociais, principalmente no Twitter, e só o que aparecem são homens revoltados para debater (e, claro, estou aberta ao debate, que é sempre enriquecedor) e, curiosamente, eles encontram a afronta no meu comentário (que, muitas vezes, nem é agressivo), mas em comentários agressivos e contrários de outros homens, isso parece ok.


Não foram poucas as vezes que eu falei que gostava de uma determinada coisa e vinham homens testar o meu conhecimento sobre o assunto (porque, claro, "seres inferiores" não podem saber mais do que os homens. Que afronta!) e, enquanto isso, outros homens diziam que gostam da mesma coisa e nunca viam a necessidade de testar os conhecimentos desses homens.

Não foram poucas as vezes que homens queriam me ensinar algo que eu já sabia (às vezes, coisas óbvias) na presunção de que eu não sabia, pelo simples fato de eu ser mulher e, enquanto isso, presumiam que outros homens sabiam o mesmo que ele, pelo simples fato de serem homens. O que muitos deles não entendem é que toda discussão é válida e aprendo tanto com eles quanto com outras mulheres. O absurdo é eles suporem que nós mulheres sempre sabemos menos e necessitamos das explicações deles para tudo.


Não, minhas queridas. Os homens não nos amam... Ou melhor: muitos deles não sabem amar...

"Quem ama, respeita" e é por isso que NÓS temos que nos amar, nos respeitar e nos unir para nos fortalecermos e seguir nessa luta por direitos, a ponto de um dia, sermos vistas como PESSOAS e não pedaços de carne que ou vc deseja (heteros ou bi) ou vc se enoja (alguns gays).
Nossas opiniões e escolhas importam e nossas vidas tmb.

Sigamos em frente, meninas, pq a estrada de lutas é longa e aos pouquinhos, estamos conseguindo. Se não conseguirmos agora, conseguiremos para as futuras gerações.




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