Impressões sobre o GLOMUS 2017

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017


Nossa... O que dizer ou como definir todos esses dias que passei no Glomus? Não tem como! Não tem como definir com palavras essa experiência maravilhosa e transcendental...

(Prepara que lá vai o textão)

Foram tantas as lições que aprendi que será impossível listar tudo aqui, mas tentarei... Hehe!

1) É maravilhoso conhecer culturas TÃO diferentes... Tinha muita gente da África do Sul, Finlândia, Gana, Dinamarca, China, Austrália, Aruba, Geórgia, Palestina, EUA, Mali, Moçambique, Irlanda, Estônia, Letônia, Egito, Malásia, Indonésia, Itália... Foi uma experiência incrível ver algumas pessoas em seus trajes tradicionais, tão orgulhosas de mostrar sua cultura e compartilhá-la conosco e também tão interessadas na nossa cultura. Foi algo muito lindo e interessante de se ver.

2) Gente, vou dar uma "caetanada velosada", mas: O MUNDO É LINDO!!! As pessoas do mundo são lindas... TUDO É LINDO!!!      Sério! Estou encantada com a beleza tão particular de cada pessoa. Foi tudo muito especial e único.

3) Quem me conhece, sabe o quanto tenho elogiado a Arte de um modo geral. Talvez porque comecei a abraçá-la e me sentir cada vez mais parte dela... Eu consigo compreendê-la cada vez mais e vejo o quanto ela é imprescindível ao mundo, mesmo que tanta gente discorde e ache besteira... A Arte humaniza as pessoas e quebra barreiras. Era INCRÍVEL ver o quanto a Arte rompia tudo! Quando uma música brasileira com raízes africanas ou as próprias músicas africanas tocavam, não importava o idioma ou de onde vc era: o que importava era o brilho no olhar das pessoas que dançavam com você e aí, não havia mais nacionalidade, nem raça... Só haviam pessoas se divertindo e compartilhando amor e alegria.  Não só a dança, mas a música também faz isso e o teatro. Quando as performances teatrais eram executadas, as poucas palavras faladas foram "da", "ala" e "mix" e todo mundo entendeu a linguagem do corpo e o que a "peça" mostrava... E na música, foi engraçado quando um americano falou que no small group dele, tinha gente que não falava uma palavrinha de inglês e ele ficou preocupado, mas quando essa pessoa tocava na guitarra, ele pensou "nossa! Esse cara é um monstro" e aí, ele pegou a guitarra dele também e aí, tocaram juntos, apreciando e admirando o som um do outro.

4) Foi muito legal ouvir uma professora americana reconhecendo que muitos americanos acham que os EUA são o centro do mundo, mas estar num evento como esse e ver TANTA GENTE de tanto canto diferente, ela percebeu que não são e as coisas que se aprendem aqui, na prática, são coisas que na vida acadêmica normal, levaríamos 4 semestres para aprender ou mais. Foi muito legal a fala dela.

5)
Esse evento foi um oásis no meio de tanto caos... Foi tanta coisa aprendida... Tanto carinho compartilhado e novos laços formados... Tanta bondade e gentileza das pessoas... É muito difícil ter fé quando vemos, nas notícias, coisas como a fuga dos presos de Alcaçuz... As chacinas... A queima de arquivo do avião com o Teori... Trump assumindo a presidência dos EUA (inclusive, uma americana foi quem citou esse item, não em termos do que acontece aqui, mas quanto à vitória do Trump). É muito bom ver que ainda existe amor, bondade e gentileza no mundo.

6) Outra coisa incrível nesse evento é você se dar conta do quanto você não sabe... Eu não sei NADA de cultura africana... Nem chinesa... Não sei quase nada, inclusive, da própria cultura brasileira e eu mesma fiquei chocada por isso! Tanta dança folclórica que nem conhecia... Umas que não sei nem o nome e sei nem por onde vai...

7) Reparei que quando existem cortes na verba para orçamento da cultura, não é no bolso da Cláudia Leite que o Governo tá mexendo não. São em eventos como ESSE, que pode trazer tanta coisa boa e importante para nós e, mais ainda, em artistas pobres, pois são ELES quem tentam manter o nosso folclore. O "Pastoril", "Caboclinho", "Bumba Meu Boi" não são culturas mantidas pelo Roberto Carlos... Nem pelo Michel Treló, nem MC Catra... São mantidas por pessoas bem pobres que, praticamente, vivem de tentar manter essa tradição viva... Uma tradição cultural que ninguém dá valor e que pode morrer por causa disso...

8) E aí, você se dá conta do quanto nossa cultura é muito rica sim. Os estrangeiros AMARAM os nossos ritmos. AMARAM!!! O povo não podia ouvir um forró que já estavam se jogando e uma bailarina/dançarina, inclusive, reclamou que ela sentiu falta de mais aulas de capoeira.

9) Vc vai aprendendo que mesmo entre tanta diferença, há MUITAS semelhanças... A música brasileira tem MUITO do batuque africano. Tem demais até! A música africana deixou marcas bem profundas na nossa música. A europeia também. Foi muito interessante assistir os finlandeses dançando e vendo que eles têm termos para guiar os passinhos de dança. Era muito semelhante à quadrilha junina e falei isso, inclusive, para uma finlandesa, citando o nome "quadrilha" e ela falou que até a palavra é parecida e quando ela pronunciou, era parecido demais mesmo! Depois, vou perguntar a ela o nome e coloco aqui!

10) Foi muito legal sair da zona de conforto e não apenas cantar e ficar na música, que é minha área, mas me aventurar no teatro (Teatro Físico, mais especificamente) e até dancei!!! E olha que eu sou uma tragédia dançando!!! Não sei dançar nada, mas foi MARAVILHOSO pq é muito divertido e eu, pelo menos, tentei, né?  Hehe! Saí da zona de conforto até nos idiomas! Me aventurei no italiano.  Na verdade, fiz uma mistureba infeliz de italiano com espanhol e inglês. Foi "lindo". XD Hahahaha! Mas eu e o italiano nos entendemos e rimos bastante. XD Haha! Até arrisquei umas duas palavrinhas em francês (aí, veio um francês falando com a bexiga e entendi NADA. Hahaha!). E até arrisquei um "obrigado" em finlandês e inventei de falar "eu te amo" em finlandês, só pra me amostrar pra professora! XD Hahahahaha!

11) Foi maravilhoso esse intercâmbio, onde houveram apresentações regionais, não apenas da nossa cultura, mas da deles também. Só na China, tinham uns 10 instrumentos que nunca vi na minha vida! O que mais me impressionei era um que parecia um órgão, mas era de sopro. Achei fascinante aquele instrumento! Não só pudemos ver as pessoas tocando as músicas de suas próprias culturas como também misturaram e colocaram as pessoas para estudar um pouco outras culturas e apresentá-las... No coro, todo mundo cantou músicas em dialetos indígenas brasileiros e no nosso bom e velho português... E as Jam Sessions eram INCRÍVEIS!!! Era tudo improvisação e aí, vinham guitarras, percussão do Mali... Uma finlandesa dançando flamenco... Canto árabe ou estoniano... Noooooossa! Foi uma mistura linda e maravilhosa! E quando entrava a percussão africana, não tinha pra ninguém! Hehe! A galera se empolgava e ainda lembro que no Solar Bela Vista, onde foi a primeira Jam Session, os caras estavam tocando há mais de 2h e o público ainda doido e animado! Amando tudo e pedindo "mais um! Mais um!"

12) As pessoas adoooooooooooram repetir frases como "o povo daqui não gosta de cultura". Inclusive, eu me incluo nessas pessoas, às vezes. E gente... TODOS os dias de apresentações do Glomus, LOTOU de gente. LOTOU!!! Não cabiam mais pessoas e desde o primeiro dia, quando teve a apresentação de abertura do evento, um monte de pessoas ficaram sem poder entrar de tão lotado que estava e olha que o auditório do Holyday Inn tinham uns 1.100 lugares! Isso é a cara de um povo que não gosta de cultura? O povo de Natal está FAMINTO por cultura e fico feliz de ver isso com o Glomus e com o Grupo de Ópera Canto Dell'Arte, no qual faço parte.

13)
Descobri onde vende cabelo natural aqui em Natal. Hahahaha! Foi uma verdadeira saga, mas consegui achar os lugares, mas tipo... É facada... ^^'

Enfim... Esse curso incrível foi uma verdadeira aula pra mim... Aula não só de música, dança e teatro, mas de Geografia... Ética... História... Idiomas... Uma aula da vida! :) De quebra de preconceitos... De muito conhecimento que adquiri e de muito que ainda devo buscar... De rever velhas amizades e conquistar novas...

Foi maravilhoso e indescritível! Muitíssimo obrigada à EMUFRN e a todos da GLOMUS que tornaram esse projeto possível.      

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