Acalanto

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018


Durma, minha criança, durma...
Tenha um descanso sereno...
Mamãe a assiste soturna
Ao lado de seu corpo pequeno...

Dorme pois o dia é passageiro,
Mas a dor é eterna como um açoite
Toma meu beijo de boa noite
Apesar da morte tê-la beijado primeiro...

Descanse, criança de meu ventre
Descanse, pois o momento é eterno...
Descanse de sua vida, enquanto padeço no inferno...
Fechando os olhos para sempre...

Criança, cujas mãos se unem ao peito,
Deixe a terra ser seu cobertor...
Deixe o buraco ser seu leito...
E minhas lágrimas, um ato de amor...

Criança, cujo rosto eu me lembro...
De quando chorava... De quando sorria...
De quando não chegaste a este fim...
Nasceste um dia...
Morreste em setembro...
Mas, continua dentro de mim...

Boa noite e durma com os anjos
Pois é com eles que você estará...
Durma, durma e descanse em paz...
*Lágrimas...
Lágrimas...
Nada mais...*

Eu te amo... minha filha...


(Daliana Medeiros Cavalcanti – 14/09/2004)

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